Maresia-Mar

Este blog será parte de mim, o encontro de amigos e emoções. Serei eternamente criança, azul de alma e coração... O mar, o meu refúgio, o meu porto seguro!

quarta-feira, julho 13

Para reflectir....


Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta
não aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas
proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo
contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa
ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê. Há
cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da
fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa
pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis. E um exército de professores explicadores,
educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição.
Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho, as quecas de sonho. Não admira que, até 2020, um
terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac.
É a velha história da cenoura e do burro : quanto mais temos, mais queremos.
Quanto mais queremos, mais desesperamos. A meritocracia gera uma
insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de
humanidade. O que não deixa de ser uma lástima. Se as pessoas voltassem
a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da
vida não é a excelência, mas sim a felicidade! (João Pereira Coutinho - Jornalista)
==
que pena que os homens esqueceram esta velha máxima! Esqueceram-se dos pequenos/grandes nadas e passaram a seguir novos "valores", mas eu pergunto: onde é que este caminho nos vai levar??? O que mais me preocupa é que eu, ao contrário deste jornalista, tenho filhos!

10 Comentários:

Às 13 julho, 2005 , Anonymous Anónimo disse...

E eu também, e também me preocupa este mundo que 2estamos" a criar para eles... os valores estão a perder-se, é a lei da selva e o salve-se quem puder.. Beijos

 
Às 13 julho, 2005 , Blogger Elise disse...

É realmente complicado. O capitalismo, e a meritocracia são um mal necessário nas sociedades desenvolvidas. Só assim é que um país pode crescer.

Julgo que a questão também se agrava quando um casal só tem um filho. Todas as expectativas, esperanças, todos os receios são canalizados para aquela criança. é uma carga emocional enorme.

A situação em Portugal ainda não é grave,comparada por ex. com os EUA. CAda vez mais leio artigos sobre crianças que são sobrecarregadas com actividades extra curriculares. Tudo porque têm de cumprir o sonho dos pais.

 
Às 13 julho, 2005 , Blogger Chriswab disse...

Nice page. Greatings from Germany

 
Às 14 julho, 2005 , Anonymous Anónimo disse...

Mundinho complicado,estamos a viver a lei da selva,sobrevivem os mais fortes!
Claro que me preocupo com o futuro dos meus filhos,só desejo que esta nova geração saiba dar valor ás pequenas/grandes coisas da vida,aí reside a felicidade.
Beijos kida amiga, tudo de bom para todos.

 
Às 14 julho, 2005 , Blogger Elise disse...

Passei aqui para deixar um abraço forte!

Um dia risonho, apesar do tempo nublado! :)

 
Às 14 julho, 2005 , Anonymous Anónimo disse...

Tens razão, também a mim me assusta criar os m/filhos neste mundo cada vez mais materialista e cruel. Apesar de tudo, eles são a razão do meu viver e embora tentando (até agora conseguindo) guiá-los pelo bom caminho, incutindo valores, sentimentos nobres pelo próximo e tornando-os pessoas de bom carácter, sem que nem sempre é fácil! Para si, envio bjinhos:) e a esperança (difícil, sei) num futuro melhor:)

 
Às 14 julho, 2005 , Blogger Elise disse...

Hoje é o meu blog que se está a armar em esquisito. Já recebi mais emails de pessoal que se queixa que não o consegue aceder.

 
Às 15 julho, 2005 , Anonymous Anónimo disse...

Eu tenho um casal de filhos.
E, apesar da diferença de idades, estou a educar o mais novo, como eduquei a mais velha.
Acredito nos valores humanos e morais. Ensinei-lhes sempre a diferença entre o bem e o mal e, lerem sempre a consciência que fica, depois de cada atitude. A boa e a má.
Apesar dos tempos mudarem a grande velocidade, há valores, que se impõem manter e restaurar, se possível.
Eu tento fazer isso. Não me deixo abarcar, pela velocidade da vida. Tenho os meus próprios parâmetros e sigo-os.
E, dou aos meus filho, aquilo que melhor sei dar. Amor, afecto, liberdade de serem aquilo que são. Vigiados, claro está, mas eles têm que assumir responsabilidade, dos seus actos, cada vez mais cedo.
Acima de tudo sou Mãe.

Parabéns! Pelo texto e pela música, que fiquei feliz de aqui encontrar.

Não sei porquê, não tenho conseguido comentar-te.
Sempre que abria a caixa dos comentários dava erro, imaginei que tivesses a arranjar o Template. Mas agora está tudo bem. E, a música é maravilhosa!!

Beijos e bom fim de semana :)

 
Às 15 julho, 2005 , Blogger CP disse...

Eu acho que daqui a cem ou duzentos anos vão estar a falar do tempo de hoje com saudades. É a velha história da galinha da vizinha... nunca estamos bem, os outros é que estiveram. O irónico é que podemos levar exactamente o estilo de vida que se levava um século atrás. Se não levamos ...

 
Às 15 julho, 2005 , Blogger Elise disse...

Vim deixar um forte abraço, e desejar um bom fds! :)

 

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